O lado "F(r)ic(reak)ção" da LesoVideo: puta gênero!
para BiAh WerTher
A LesoVídeoFilmes é essencialmente documentarista, sabe pouco dos labirintos da ficção. Antes de opção, a intuidade (re)quer re(construir) a realidade, mais do que registrá-la. Preocupação constante: a valorização da história oral/local, a partir de um "meio-ambiente" radical - sinta Marx num texto famoso: "ser radical é tomar as coisas pela raiz"-, sua interpretação sob a ótica do sujeito - desenvolvendo, portanto, estratégias práticas na construção audiovisual - e a natural conexão cultural, teia entre os indivíduos - ou, pra melhor, "o coletivo", ambas específicas em cada espaço.
O flerte com o gênero foi experimentado - e sempre será verbivisível, sim! -, mas o caráter documental sempre nos supera ao "argumento", chave inicial do roteiro e de sua problematização. "Cataclisma", por exemplo, nasceu de um conto de Clarice Lispector - "Um Dia a Menos", do livro "A Bela e a Fera". Denso nas ideias e hermético na língua e na linguagem que propõe, sua transmutação para a esfera videográfica manteve, na estética, as características do texto e da autora: a repetição, o tempo interno da personagem e seu desfecho semi-trágico.
Fotoframes de "Cataclisma" (ensaio fotográfico de Bruno Martins - mais em: http://www.flickr.com/photos/celul_a_zul) |
Noutro momento, o filme de escola "O Beijo", de 2007 - que figura ao lado do documentário "Transitório" como resultado do curso de Direção Cinematográfica da Escola de Cinema Darcy Ribeiro -, nos proporcionou outra experiência: produzir e dirgir um roteiro escrito por outro aluno, que de início não agradou à equipe de realização, mas que nos deu a liberdade de subverter as regras do roteiro - aquelas que julga indispensáveis Syd Field e sua bíblia "Roteiro: Os Fundamentos do Roteirismo". Porém, foi nele que desenvolvemos os conceitos de direção de atores, continuidade, escolha de locações, etc. Os próprios diretores acabaram atuando, a equipe se misturou em todas as funções, o que implica num resultado coletivo, sem a hierarquia "tradicional" que se aplica numa produção cinematográfica.
Fotoframes de "O Beijo" |
Trailler de "O Beijo"
Agora, com estrutura e know-how bem maiores, a produtora se abre e, em parceria com jovens roteiristas e atores de Jundiaí, passa a realizar o que chamamos de "exercício prático de filmagem", no qual propomos viabilizar técnicamente curtas de baixo orçamento e, ao mesmo tempo, motivar e interagir com artistas de mesma envergadura e ideologia - uma necessidade para a produtora.
"A Negociação" é o primeiro produto dessa linhagem, além de uma oportunidade para movimentar sobremaneira essa fatia tão nova por aqui.
"A Negociação" é o primeiro produto dessa linhagem, além de uma oportunidade para movimentar sobremaneira essa fatia tão nova por aqui.
Nos primeiros meses de 2011, um grupo de amigos se reuniu para gravar um curta. O roteiro veio do então desconhecido Jefferson Rocha, que já tinha participado de oficinas audiovisuais, como a Tela Brasil. Outra presença marcante na cena é a fotógrafa Selena Saile, parceira do roteirista em outros trabalhos e responsável pelo registro do processo do filme. Ambos, muito entusiasmados e confiantes no projeto, cuidaram da pré-produção e foram assistentes fundamentais na rodagem do filme: um encontro certeiro.
Quem nos aproxima é Rafael Ambrosin, já parceiro da Leso, trazendo também seus companheiros de Mixórdia: Tristão e Marluci, ícones do improviso nos palcos da cidade. Os dois últimos acabaram ocupando dois dos personagens principais da crônica. Outros atores se integraram também: Paula Miurim, da Cia. Na Ponta da Língua - responsável pela maquiagem -, Sebastião Luíz Santos - assistente de som e de produção - e Maurício Duarte, que, apesar da experiência como ator, volta à representação, desta vez num filme, vestindo um papel que parece ter sido escrito para ele.
amo essa gente!
ResponderExcluirvcs são fodaaaaaaaaaaaaaaa
ResponderExcluirNão vejo a hora de ver isso no cinema...rsrsrsrsrs
Parabens Galera