#JundiáFilmes - Doce é o Dossiê - Pílula 01 - Reynaldo Bedin



"Eu sou Reynaldo Bedin, nasci em Jundiaí, em 19 de fevereiro de 1927... faz pouco tempo né? Estudei e nem saí da cidade. Saí pra trabalhar em São Paulo, ia e voltava, mas nunca deixei Jundiaí. Jundiaí foi minha cidade natal, que eu tenho até os últimos dias." 

Assim, Seo Reynaldo inicia nossa entrevista - a primeira de uma série com personagens diretamente ligados à história do cinema na cidade -, realizada em agosto de 2013 na hoje extinta Sala Projeção - assim mesmo, sem a preposição "de" -, no Museu Histórico e Cultural de Jundiaí. 

Tímido, com fala calma, ele relembra o começo do sonho cinematográfico que partilhava e pôs em prática com seus amigos: "Quando nós fundamos a Jundiá Filmes, isso foi... era uma conversa que nós tivemos na rua. Sabe conversa de rua? Vai indo, vai entrosando, vai chegando mais gente, e acabamos formando uma diretoria, da Companhia Cinematográfica Jundiá Filmes" ("Jundiá" só seria definido, por votação, na segunda reunião oficial do grupo, ocorrida em 27.11.1955). E continua: "Infelizmente, só fizemos um filme. Fizemos o filme... escrito... o roteiro é do Inocêncio Mazzuia, um escritor jundiaiense, jornalista, que fez muitas coisas por Jundiaí." 

O filme acima referido é a ficção "Crepúsculo de Ódios", de 1959, cujo título anterior "Armas da Vingança" realça a fórmula roteirística adotada dos bang-bangs americanos: rivalidade-problema-vingança. No papel do irmão do mocinho - interpretado por Luigi Picchi -, Seo Reynaldo ainda teve fôlego para ser Assistente de Produção do longa.

Como a maioria dos cinéfilos de sua geração, foi no teatro amador que ele começou sua carreira. Sócio-fundador e 1º Secretário da Cia. Cinematográfica Jundiá Filmes, ele foi o responsável por secretariar as reuniões, registrando-as no Livro de Atas, documento que cobre o período que vai de 20 de novembro de 1955 à 27 de julho de 1960.

Reynaldo Bedin nos deixou no dia 10 de maio de 2015, aos 88 anos.

.publicado em 19 de fevereiro de 2017 - Homenagem à Reynaldo Bedin.



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